domingo, 25 de julho de 2010

O Caminho.

Ouve.
É o silêncio anunciando o que vem por aí.
Trazido nos braços pelo vento...
Abraçando o que levará consigo ao esquecimento
A parte mais perigosa a quem não teme nada.
Penso, pra que o silêncio se forme mais denso:
Que temam a sombra do que eu desenhei quando cheguei ao chão.
Tremam ao menor sinal de um passo em diante, de um degrau acima.
Sofram o remorso de ter desejado o que se volta agora contra seus espelhos.
Vocês: Abram os olhos!
Não se elevam estrelas ao céu.
Elas caem por si mesmas, desgastadas com o seu próprio brilho.
Somem no estardalhaço do imperceptível...
Chegam ao fim.Seco e Bruto, assim.
Que percam suas vidas preocupados com a minha.
Que mirem seus olhos e lancem seus braços em direção a meu barco.
Ainda assim, ventará o vento, balançará o mar.
Sol e Lua como guardiões.
E com seus olhos bem abertos e amarrados pelo tempo, Vocês, Estrelas como testemunhas.
Assobiarei contornando icebergs.
Pescarei na maior das tempestades.
Dormirei em um berço de madeira.
Um pedaço de nada que comporta todos meus sonhos.
Um refugio que me flutua no incerto.
No mar não há espaço pro engano.
Nem medidas pra se agarrar.
Não há pedaço que se prender.
Não há.Simplesmente.
No meio do nada é mais fácil ser Eu.
E lá eu não me engano.
De uma ponta a outra,
Entre o nada e o além de tudo,
Ainda assim, em silêncio.
No mar sem fim.
Que demore mil anos,
Existirá paciência pra mais um dia.
E um dia se chega no destino que se mira.

Um comentário:

Unknown disse...

Esse texto me lembrou bastante a música "certas coisas". Achei intrigante, reflexivo!

Gostei demais!!