O tudo, o nada... A cozinha e o quarto. Enfim, o amor.

Pra mim é tudo ou nada.
Meio termo não existe, você não pode dar as coisas aos pedaços, muito menos correr o risco de amanhã não ter como entregar a outra metade que ficou faltando. São partes monstruosas que não ficarão confortáveis em gavetas e armários, e sempre darão um jeito de te roubar atenção.
O amor, em todos os seus estados e intensidades é exatamente igual àquele prato especial que só se come de vez em quando... Você nunca abrirá mão de desfrutá-lo pela metade, exatamente porque o último pedaço parece sempre ser o melhor.
E continuando a falar dessa alquimia amorosa: Nem todos sabem fazer uma boa compota de amor... Nem necessariamente existem especialistas no assunto. Essa é mais uma daquelas receitas secretas de família, que ninguém sabe ao certo como surgiu, quem criou, mas sempre costuma dizer que algo se perdeu com o passar dos anos.
Se o amor nasce na cozinha, como uma alquimia, depois que ele passa já muda de cômodo e depende exclusivamente de nossa personalidade e paciência.Já reparou que tratamos o coração como tratamos nosso quarto?
Nunca temos paciência pra arrumá-lo, está sempre uma zona e nós sempre tentamos acreditar na mentira de que, sim, nós nos achamos nessa bagunça, sabemos exatamente onde tudo está... Mas é incrível como não encontramos tempo pra dar uma limpa nas gavetas, jogar fora aquela quinquilharia que não serve pra mais nada...
Assim como no quarto, tudo que não serve mais também ocupa espaço no coração, e pode ser que isso impeça alguém de abrir a porta e entrar.