Você na corda bamba no meio do furacão quando toca o terceiro sinal.

O terceiro sinal soa em altos tons pra tentar quebrar o silêncio.
Grita pra ecoar e fazer balançar essa corda bamba que você tenta atravessar, mas parece gostar de viver no seu meio perigoso e inconstante. Só há dois caminhos possíveis, ou a corda de tão esticada se arrebentará, ou ventará forte e o balanço pode ser maior que suas crenças. No fim, você terá caído de um jeito ou de outro.
Eu sou apenas mais um vento, nem tão forte assim, que vai na contramão de outros tantos e acabo fechando o ciclo que te prende no olho do furacão que virou sua vida e você não se deu conta a tempo de fugir.
Agora a casa vai embora e só restará um chão vazio pra seguir em frente e isso é um sinal de interferência da vida.
A realidade é que o vento foi um sopro que queria te desequilibrar, não derrubar.O desequilíbrio é um dos caminhos mais curtos para o equilíbrio.
Você só caiu porque estava na corda bamba de sombrinha e mesmo sabendo que esse não é o mais seguro dos lugares para se estar, continuou correndo o risco pelo capricho de não querer decidir qual lado dessa ponte você deveria ir.
Eu não estou em nenhum dos dois lados dessa corda, eu estou lá embaixo olhando esse espetáculo de insanos e comendo minha pipoca doce, mas talvez por interferência da vida mais uma vez, eu que paguei pra assistir acabei sendo convidado a participar do show e com a função de te segurar desse tombo.
No terceiro sinal, as cortinas finalmente se abrem.
Essa é uma cena de cinema com cheiro de último capítulo de novela...
A diferença é que quando entram os comerciais e os capítulos chegam ao fim, a trilha não sobe e a vida continua seu rumo incerto ao encontro de mais um sem número de cordas bambas...
Quem é público volta ao seu lugar na platéia e quem é artista segue sem rumo até outros palcos, outros tombos... Outros braços.