"Tauba de tiro ao álvaro"

Eu luto contra um milhão de fantasmas pra chegar até você.
Digo "Fantasmas" porque eu os vejo vagando entre os meus passos até sua casa tentando adivinhar quando darei meu passo mais próximo da sua porta, tentando desvendar meus códigos embutidos no que eu escrevo pensando em você...
Tentam acreditar que eu sempre tenho algo a dizer pra eles, quando na verdade só tenho condições e uma vontade incontrolável de dizer tudo que eu consigo pensar a você.
Mais absurdo que tudo isso é quando tentam roubar teu lugar e acham que se contém em cada um dos meus sinais escritos. Tenho pena de quem não posso ajudar, lamento por quem esteja nessa viagem se preocupando em me derrubar. Amanhã ou depois, com ou sem vocês, eu chegarei no meu lugar.
O que eles não sabem é que talvez nem mesmo você consiga decifrar esses códigos.
Não existe resposta pra nenhum dos meus sinais.
Eu também sou refém da espera e o buraco do tiro é do tamanho de toda a expectativa que dorme embaixo da minha cama e vai virando um monstro cada vez maior conforme os dias passam e se aproxima a hora de te ver novamente.
Eu sou refém da vontade de quem eu nem conheço, de palavras que não são ditas por mim... Eu sou refém com uma arma que eu coloquei na minha cabeça mas que só você pode tirar, e se não o fizer, o tiro será o da largada rumo a um outro amanhã.
E nem mesmo assim me deixarão em paz, porque não estão contigo hoje por você e sim pra que eu não esteja nem por um segundo perto do seu silêncio, única arma que eles não tem como se defender, único tiro que eles não podem disparar em minha direção.