terça-feira, 26 de julho de 2011

Brancos sinais.

Os sinais são claros.
Ás vezes tão claros que chegam a nos fechar os olhos.
São linhas tênues, finas... Cortantes.
De imaginação, sonhos... Vontades.
Divisórias de mundos, de caminhos... De escolhas.
Notas de valsas ensaiadas, e poucas vezes verdadeiramente dançadas.
Talvez porque as mãos certas não se encostaram ainda.
Encontros de olhares improváveis, mas que, às vezes, tardios...
Mesmo assim, nunca perdidos... Nunca vencidos.
Toques que mudam, ensurdecem... Emudecem.
Cheiros que ficam, cegam... Inebriam.
Nossos nós se dividem em você e eu quando longes.
Perdem a força, o jeito... O Timing da graça.
Tantos caminhos pra nos encontrar e acabamos por nos perder entre lendas...
Será que faltam mais sinais pra que esses caminhos se encostem?
Faróis, fumaça...
Algum tipo de pedido que talvez eu ainda não tenha aprendido a dizer?
Uma palavra que seu ouvido ainda não tenha escutado perto o suficiente?
Brancos sinais, quase transparentes...
Invisíveis a quem não interessa.
Brancos quão a paz que chegará em nós depois do encontro entre um mar e um rio.
Águas que respeitam seus espaços, mas precisam do sal e do doce um do outro pra se equilibrar enquanto ao fundo a  música conduz a lenta dança dentro de um quarto em chamas.

4 comentários:

Juliana Noronha disse...

Lindo o texto!

FC Bruno Gissoni disse...

Muito bonito mesmo!!

disse...

"Talvez porque as mãos certas não se encostaram ainda."

talvez seja essa a magia do encontrar e desencontrar o destino tantas vezes. É um piscar de olhos que muda tudo e o piscar de olhos pode, quando de desejo for, tornar-se uma eternidade linda.

Paulo Ruch disse...

Olá, Thiago. Acho que os sinais às vezes são tão importantes e fortes quanto as palavras. A despeito destas serem importantes e fortes. E se por algum motivo não podem ser ditas, entram os sinais. E que sejam bem-vindos. Quantas mãos erradas apertamos? E os olhares improváveis são mesmo tardios? Ou apenas respeitam o relógio do momento certo? Tem razão. Olhares que não se perdem, e não se vencem. Toques e cheiros que contribuem para a formação do nó conjunto. E se o nó se fortalece, e não se enfraquece com a distância? Vá se saber... A vida é cheia de caminhos. Mas nunca temos um mapa que nos oriente. A bússola nunca funciona. Se há palavra a dizer? E os olhares improváveis já não disseram? O sal e o doce são diferentes. Porém, podem se combinar. Até mesmo num quarto em chamas.
Thiago, concordo com você. Um de seus melhores textos. Abraços!