sexta-feira, 1 de julho de 2011

Eu, estrela.

Um dia tive nome.
Me tornei interessante, muitos me conheciam.
Aos olhos do mundo eu já não era mais um, era o cara... O exemplo, o elo forte.
Mas é da noite pro dia que as estrelas se apagam e caem... A diferença é que as que sabem disso vivem na plenitude da iminência do fim. Na noite existe espaço pra um sem número de estrelas, as que não sabem disso só querem ser como o sol, e isso é impossível... Ele brilha sem tempo e não muda sua forma, nem cor.
Amanhã perderei o tempo, e cairei.
E o que é brilho se fará pó, que ninguém deseja tocar, nem se viciar.
Mas na vida nem a morte é definitiva.
E, apesar de inevitável, o fim apenas anuncia um outro começo, do zero e carregado de novos erros a serem cometidos.
Um outro dia, um mesmo nome, um brilho mais maduro.
E será sem aviso algum, sem nenhuma pista ou sinal enquanto o brilho do sol estiver forte.
E o que era somente pó se fará semente de um novo tempo, e lá não me importarei se serei interessante aos olhos de quem só deseja me dar a alguém. Não sou presente, não estarei à venda. Serei eu, apenas estrela, com minha luz que pisca entre momentos em que a luz cega e outros de completa escuridão.

2 comentários:

Rafael Cristiano disse...

mandou bem!!! Gostei!!!

Paulo Ruch disse...

Fala, Thiago. O brilho vive de alternâncias, como se fosse o acender e o apagar de uma luz. Quando esta queima, o que fazemos? Trocamo-na. E o brilho volta. Mas também pode ir embora ao apagarmos aquela. Na constelação da vida, há estrelas sábias e não sábias. As não sábias julgam que o seu brilho não fenecerá, e que será semelhante à pujança e força da claridade do sol. Vão pensamento. Será que os sinceros e não interesseiros desprezarão o pó? O ouro pode estar em pó, e brilhar mais que uma estrela. Talvez, o que nos faça viver ou sobreviver é a possibidade de começar do zero. Não importa a que ponto iremos chegar. O que importa é que podemos começar do zero. E uma vez estrela, sempre estrela. Ela pode ter ido dar uma volta apenas. Ter ido visitar outra galáxia, porém, sem perder o brilho jamais.
Abraços, Thiago, e ótima semana!