quinta-feira, 24 de março de 2011

Um sinal.

Eu andei por muitos lugares que hoje minha cabeça não permite mais lembrar.
Eram lugares certos, bonitos e grandiosos... Construí um castelo em cada um deles, um diferente do outro, mas o tempo era por vezes muito longo, por outras muito curto, e todos ruíram. Hoje são farelos nos meus sapatos que incomodam, mas não me impedem de caminhar.
Quando por duzentas vezes perdi tudo, por duzentas vezes lamentei, porque acreditei em cada uma delas que realmente havia chegado em um lugar para a vida inteira.
A sabedoria é uma escada muito grande onde cada degrau abaixo é como uma marca de cada queda pelo caminho e cada novo dia é uma nova chance pra subir e passar pelo que ficou pra trás.
Mas nada disso vai substituir a sinceridade do pulo no abismo.
A incerteza é o único passo possível antes que o desejo se faça real.
A sutileza do roubo pouco a pouco é uma violência interna, a qual eu me permito sem pudores e gemidos.
Não puxarei sua mão sem que da outra você solte, porque no meio dia não se pode ter o sol e a lua juntos.
Não entrarei na sua cabeça sem que me permita. Quando quiser estarei entre o travesseiro e todos seus pensamentos perdidos.
Quem sou eu no meio das suas dúvidas?
O motivo ou a solução?
Que chão é esse que você anda e afunda por conta do tamanho dos seus sonhos?
E se esse não é o fim desse caminho, entre tantos outros que existem a serem seguidos?
Que cortina multicolorida é essa que se fecha quando você mostra todo o seu brilho, apenas pra te ofuscar?
Quem é você?
Me diga antes que eu faça disso o endereço da minha volta nas madrugadas, antes que eu acredite que me achei, quando na verdade só estou me perdendo sem que você saiba.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa que texto lindo. "Mas nada disso vai substituir a sinceridade do pulo no abismo." Frase incriivel.

Unknown disse...

amei esse texto *-*